Tipos de combustíveis: quais são e os melhores para o carro
Descubra os tipos de combustíveis disponíveis no mercado e como escolher o mais adequado para o seu carro. Gasolina, etanol, diesel e muito mais.
Se tem uma coisa que todo motorista sente no bolso é o preço do combustível. Com as oscilações constantes nos postos, muita gente se pergunta: vale a pena abastecer com gasolina, etanol ou até investir em GNV? E os carros elétricos, são mesmo o futuro?
Além do custo, a escolha do combustível também influencia no desempenho do carro e no impacto ambiental. Mas com tantas opções disponíveis, como saber qual é a melhor para você? Vamos explorar os principais tipos de combustíveis e entender suas vantagens e pontos fracos.
Quais são os tipos de combustíveis?
Os combustíveis utilizados nos veículos podem ser classificados em três grandes categorias, cada uma com características próprias e impactos distintos:
- Fósseis: são combustíveis derivados do petróleo e têm um alto poder energético, mas também são responsáveis por grande parte das emissões de gases poluentes. Os principais exemplos são a gasolina e o diesel, amplamente utilizados em veículos de passeio e transporte de carga.
- Renováveis: obtidos de fontes naturais que podem ser reabastecidas ao longo do tempo, como plantas e resíduos agrícolas, esses combustíveis representam alternativas mais sustentáveis. O etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar ou milho, é um dos mais conhecidos, assim como o biodiesel, produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais. A principal vantagem dos biocombustíveis é a redução das emissões de gás carbônico, uma vez que o carbono liberado em sua combustão já tinha sido absorvido pelas plantas durante seu crescimento.
- Alternativos: são combustíveis que fogem das opções tradicionais e oferecem novas formas de abastecimento. Todo biocombustível é um combustível alternativo, mas nem todo combustível alternativo é um biocombustível, porque o termo engloba qualquer combustível que não seja tradicionalmente derivado do petróleo. Ou seja, o conceito é mais amplo e inclui opções como GNV (Gás Natural Veicular), eletricidade, hidrogênio e combustíveis sintéticos. O objetivo desses combustíveis é reduzir a dependência dos fósseis e minimizar o impacto ambiental, mas podem ter diferentes formas de produção e impacto na sustentabilidade.
Gasolina: o combustível mais comum
A gasolina é a escolha mais tradicional para os motoristas brasileiros. Sua principal vantagem está na autonomia, permitindo percorrer mais quilômetros por litro em comparação a outros combustíveis. No entanto, nem toda gasolina é igual. A comum é a mais básica, sem aditivos especiais, enquanto a aditivada conta com detergentes que ajudam a limpar o motor e melhorar sua eficiência. Já a gasolina premium possui uma octanagem mais alta e leva 25% de etanol anidro, sendo ideal para motores de alto desempenho. Apesar de ser amplamente disponível, a gasolina tem um custo elevado e um impacto ambiental significativo devido à emissão de gases poluentes. A premium, especificamente, chega a ser 40% mais cara do que a comum.
Atualmente, a gasolina comum vendida no Brasil contém 27% de etanol anidro. Em outubro de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei do Combustível do Futuro, cujo objetivo é estudar a viabilidade de elevar a porcentagem da mistura em até 35% para, com o aumento da participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira, reduzir a emissão dos gases de efeito estufa e tornar o Brasil um agente ativo nas metas de redução de carbono, e impulsionar o desenvolvimento de novas tecnologias no País.
De acordo com o Ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, avanços em direção a essa medida podem, eventualmente, não apenas livrar o Brasil da dependência de importação de gasolina, como torná-lo exportador, além de diminuir o preço do litro do combustível no mercado interno. Pesquisas recentes do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) nesse sentido já indicam que aumentar essa proporção para 30% (E30) pode oferecer benefícios ambientais e não tem interferência significativa no desempenho dos veículos.
Álcool (Etanol): uma alternativa sustentável
O etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar, é uma opção mais ecológica e economicamente vantajosa em diversas regiões do Brasil. Ele pode ser encontrado na forma hidratada, utilizada diretamente nos carros flex e movidos a álcool, ou anidra, que é misturada à gasolina para reduzir emissões de gases poluentes. No entanto, por ter um poder calorífico de 70% do poder da gasolina, seu consumo para um mesmo desempenho acaba sendo maior, o que pode influenciar na relação custo-benefício para o motorista. Em dias frios, também pode ser mais difícil dar a partida em carros que rodam exclusivamente com esse combustível.
Os carros flex surgiram como uma solução prática para os motoristas brasileiros, permitindo abastecer com etanol, gasolina ou uma combinação de ambos – e representam mais de 90% da venda de veículos novos no Brasil. Esse sistema garante mais liberdade para escolher o combustível mais vantajoso conforme os preços do mercado. Além disso, os motores flex possuem sistemas avançados que ajustam automaticamente a queima do combustível para otimizar o desempenho e o consumo.
Dados da pesquisa “Combustível e Energia Sustentáveis: A Visão dos Brasileiros”, feita pela Nexus para a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, apontam que apenas 29% dos entrevistados usam o etanol como principal combustível ainda que, segundo o mesmo estudo, 77% dos entrevistados acreditam que os carros elétricos são a melhor alternativa, seguidos por veículos movidos a etanol (40%) e GNV (33%).
Diesel: para veículos pesados e alguns carros
O diesel é conhecido por sua alta eficiência energética, sendo o combustível padrão para veículos pesados como caminhões, ônibus, alguns SUVs e máquinas agrícolas. Seu rendimento por litro é superior ao da gasolina e do etanol, tornando-se vantajoso para quem percorre grandes distâncias com cargas pesadas. Os motores a diesel também tendem a ter maior durabilidade e torque elevado, características fundamentais para usos que exigem potência e resistência.
Por outro lado, é um dos combustíveis mais poluentes, motivo pelo qual tem enfrentado regulamentações cada vez mais rigorosas, incluindo restrições para veículos de passeio no Brasil. É para tornar o diesel mais sustentável e também mais econômico que empresas vêm desenvolvendo tecnologias para testar o uso combinado desse combustível com etanol – por enquanto a solução está sendo testada em locomotivas e colheitadeiras, mas existe potencial de aplicação futura em caminhões.
GNV: combustível sustentável e econômico
O Gás Natural Veicular, ou GNV, tem ganhado espaço como alternativa econômica para motoristas que percorrem longas distâncias, especialmente motoristas de aplicativos e frotistas, que buscam reduzir custos operacionais sem comprometer o desempenho do veículo. Pelo fato de o preço do gás ser mais em conta e o desempenho energético ser maior do que os combustíveis tradicionais, ele proporciona uma boa economia por quilômetro rodado e é menos poluente que os combustíveis líquidos.
Paralelamente, como a combustão do gás natural é mais limpa, tem menos acúmulo de resíduos nas válvulas, pistões e velas de ignição do carro, o que aumenta a durabilidade do motor e reduz a necessidade de manutenção frequente.
Mas para rodar com GNV é necessário realizar a conversão do veículo, um processo que exige investimento na faixa de R$4 mil a R$9 mil, dependendo do modelo do carro, e ocupa espaço no porta-malas para a instalação do cilindro (o que é considerado uma modificação).
No Brasil, políticas de incentivo, como a redução do IPVA em alguns estados e isenções fiscais sobre o kit de conversão, também impulsionam seu uso.
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Veja na tabela abaixo informações específicas de cada tipo de combustível:
Combustível | Autonomia Média | Preço Médio | Custo por km | Impacto Ambiental |
Gasolina | 11,5 km/l | R$ 6,31/l | R$ 0,55 | Emissões de CO₂ mais elevadas |
Etanol | 8 km/l | R$ 4,28/l | R$ 0,54 | Menores emissões de CO₂ comparado à gasolina |
Diesel | 9 km/l | R$ 6,38/l | R$ 0,71 | Emissões significativas de NOx e material particulado |
GNV | 13 km/m³ | R$ 4,64/m³ | R$ 0,36 | Aproximadamente 25% menos CO₂ que gasolina e diesel |
Fontes: Agência Nacional do Petróleo (ANP), Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), ABEGÁS.
Híbridos e elétricos: o futuro dos combustíveis
A mobilidade elétrica está avançando rapidamente no mundo, e no Brasil não é diferente. Com o aumento da conscientização sobre sustentabilidade e os avanços na tecnologia das baterias, veículos híbridos e elétricos vêm ganhando espaço como alternativas mais limpas e eficientes. Montadoras estão investindo pesado na eletrificação, e políticas públicas começam a incentivar a adoção desses modelos.
Os carros híbridos combinam geralmente a gasolina ou etanol com eletricidade, reduzindo o consumo e as emissões. Já os elétricos funcionam exclusivamente com energia armazenada em baterias recarregáveis, e em geral têm menor custo de manutenção, já que contam com menos peças móveis do que motores a combustão.
Esses modelos representam um grande avanço na sustentabilidade automotiva, mas ainda enfrentam desafios como o alto custo inicial, autonomia de rodagem, e a infraestrutura de recarga, que está em fase de expansão no Brasil.
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Combustíveis alternativos: o papel da inovação
Reforçando a relevância da pauta climática, os biocombustíveis, o hidrogênio e os combustíveis sintéticos prometem reduzir significativamente as emissões de CO₂ e viabilizar uma mobilidade mais sustentável sem comprometer o desempenho dos veículos.
Os biocombustíveis, como o etanol e o biodiesel, já fazem parte da matriz energética brasileira e continuam evoluindo, com pesquisas voltadas para biocombustíveis de segunda geração, que utilizam resíduos agrícolas e têm um impacto ambiental ainda menor. Já o hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis, surge como uma solução promissora para o transporte de cargas e veículos pesados, graças à sua alta densidade energética e zero emissões na queima. Além disso, os combustíveis sintéticos, desenvolvidos a partir de captura de CO₂ da atmosfera, começam a ser vistos como uma alternativa viável para reduzir a pegada de carbono dos motores a combustão tradicionais.
A aceitação do público também reflete essa tendência. De acordo, novamente, com a pesquisa da Nexus, 69% dos brasileiros acreditam que o aumento da produção de biocombustíveis no país está diretamente ligado ao crescimento econômico do Brasil. Isso reforça a importância dos investimentos em inovação e infraestrutura para consolidar essas alternativas como soluções viáveis e competitivas no mercado nacional e global.
Cuidar bem do seu carro também faz parte de uma atitude sustentável. A manutenção em dia evita desperdício de combustível, reduz a emissão de poluentes e aumenta a vida útil do veículo, o que diminui o impacto ambiental. Com o Seguro Auto Youse, você tem assistências como socorro mecânico e reboque que ajudam a manter seu automóvel sempre em boas condições, além de coberturas que garantem mais tranquilidade no dia a dia. Quer saber mais? Faça uma cotação em apenas 3 minutos e descubra como proteger seu carro e o meio ambiente ao mesmo tempo!